quinta-feira, 20 de maio de 2010

A Fé entrando em Campo



Para lançar o segundo uniforme da Seleção Brasileira, a Nike escolheu o tema "Mandingas" e lançou um vídeo com o nome.


  A idéia é bastante interessante, pois é uma das poucas vezes em que se ver uma referência, a elementos das religiões afro-brasileiras de uma forma que não é tida com ar irônico ou cômico na área dos esportes. Outro ponto interessante do vídeo é que o jogador Robinho conta que seu avô, que era Jequieense, era pai-de-santo e que previu o seu futuro como atleta.

  Quem nunca fez ao menos uma mandinga quando vai assistir o time jogar? Quantos não vestem a mesma camisa, cueca, meia, calcinha e afins nos dias de jogos do time de coração? Tantos são os que levam talismãs para os estádios, pulseiras, bonecos, estátuas, galhos de arruda, patuás etc. Essas ações fazem parte da essência do torcedor brasileiro. E para os que radicalmente não acreditam em nada disso existe até um ditado que diz: “se mandinga ganhasse  jogo, o campeonato baiano terminaria empatado”. Pelo sim ou pelo não todos têm suas manias.

 A mística que cerca a camisa azul da Seleção Brasileira tem base num episódio ocorrido em 1958: pega de surpresa por não ter um segundo uniforme, a delegação teve que improvisar colocando o escudo da amarelinha num conjunto azul. Para justificar e levantar o moral do grupo, o chefe da delegação discursou dizendo que aquela era a cor do manto de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. A seleção ganhou o jogo por 5X2 e sagrou-se campeã mundial  pela primeira vez na até hoje maior goleada em finais de Copa.

  Não é de hoje que jogadores utilizam símbolos religiosos no momento que fazem o gol apontando os dedos para cima, por exemplo. Nos últimos anos virou moda as  camisetas dos que são evangélicos com declarações de amor a Jesus. Mas a FIFA não anda muito satisfeita com tanto fervor religioso. Logo após a última edição da Copa das Confederações, os jogadores brasileiros se uniram no centro do campo para ajoelhados rezarem o Pai Nosso. O gesto não pegou bem, pois as seleções representam nações, eles temem que o esporte se torne uma arma perigosa de propaganda religiosa e conseqüentes enfrentamentos.
  
 Este vídeo também nos faz refletir a situação das religiões de matrizes africanas, a discriminação histórica às quais estiveram e continuam submetidas, a fusão ou adaptação às características de outras religiões.Estas religiões merecem um pouco mais de respeito e reconhecimento, pois, o sentido de sagrado entre os seus adeptos que se tornam pontos de tanta importância para a sociedade Brasileira que ganha até mesmo o campo do Esporte. 


por: Alisson Silva

1 comentários:

Vannia LLopes 30 de junho de 2010 às 22:06  

Oi, muito legal! Essa "coisa" de mandinga fica igual a "Moura" : é inteligente pq dura mais ou dura mais pq é inteligente... mandinga é coisa de brasileiro, ou somos brasileiros pq cremos em mandingas...rsssssssssss bjssss

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