Poema
Pelos Direitos Humanos
Acabo de topar na rua, agora, com Direitos Humanos.
Vinha descalço, roupa encardida
E me estendeu a mão, pedindo “um qualquer” .
Não preciso dizer que era preto.
Mesmo não sendo reconhecível sua origem étnica.
Tinha a cor preta da fome, da miséria,
Do analfabetismo, da doença,
Da carência.
Cor preta
Pintada pelos alegres anúncios coloridos da TV.
Pelos domingões faustosos.
Pelo ilariê hipócrita e safado,
Que sexualiza nossas meninas aos 10 anos de idade.
Direitos Humanos, agora (fe)minina
Vinha cheirada de cola.
Pois inda não é crack. Mas promete.
E aí,
Enquanto na padaria
Comiam-se brioches,
Direitos Humanos
Me ofereceu o corpo:
- Dois real, patrão! É só dois real!
Tá em promoção!
por Nei Lopes
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